sexta-feira, 20 de junho de 2008

Em memória

Arrastada a moça
divulgada na praça
atadas as mãos atrás da saia
atadas as tranças em laçada
azul nos laços soltos
azul no céu.
Passavam dez das duas da tarde.
Moça de saia amarrotada
o sol queimava-lhe.
Desfizeram-lhe as tranças
soltaram-lhe as mãos.
Na parede ficou um risco encarnado.
Dez depois das duas da tarde
o sol brilhava e o céu era de azul.
Sangue de mocidade.
Sangue vermelho em céu azul.
Na praça, nunca mais caiado,o muro.
Poesia de autoria da minha amiga Maria de Fátima.
Uma lusitana com sangue derramado aos versos.