sexta-feira, 30 de maio de 2008


O deus que não evoluiu

Ao ler hoje os jornais pela manhã, senti estar em uma daquelas datas históricas da humanidade. O Supremo Tribunal liberou as experiências com as “Células Tronco”. Não podemos dimensionar direito o efeito que esse fato vai trazer sobre a Sociedade Humana, mas em um futuro, não muito longe, temos a esperança de cura para vários males que assolam nosso corpo “sapiens” em evolução. É claro que não podemos nos deixar iluminar pelo ufanismo e esperar milagres em curto prazo, ou verdades absolutas; com curas instantâneas, como as encontradas nas páginas de muitos livros religiosos. Mas a esperança é um sentimento tão aprazível à alma, principalmente para aqueles entrevados em uma cama ou em uma cadeira de rodas, ou mais; para os que não tinham uma chance de sobrevida, que certamente não podemos deixar de esperar boas novas. A medicina poderá, doravante, trazer palavras de conforto, e muito mais do que palavras, ações.
Apesar da bancada Evangelista da Câmara tentar vetar a lei de qualquer modo, sem uma explicação plausível: Seria ela inspirada em um deus que não evoluiu? Prometem avançar contra a liberdade de vida, sob a liderança desse deus com menos de três mil anos de idade, esquecendo de que os hominídeos caminham sobre a Terra há pelo menos quatro milhões de anos. O Homem teve um prazo bem maior para evoluir, coisa não muito fácil.

Esse deus é ainda um australopithecus , perto do poder que o conhecimento humano pode produzir, quando relegado a um “Bem Maior”. Parabéns, senhores Ministros. Entrarão para a História como os profetas de uma nova Era. Esta sim, verdadeira.

Alian Moroz

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