segunda-feira, 19 de maio de 2008

Virgílio disse a Montaigne: "Bem que eu poderia me jogar daquela torre!" Montaigne sem desviar os olhos do líquido carmesim à sua frente, pergunta: "Que eu sei?" Virgílio avalia a pergunta e não encontrando resposta para si, diz: "Sócrates dizia que seu saber era não saber nada, outros modelarão, bem o creio, bronzes com vida e sem dureza; extrairão dos mármores seres animados; defenderão melhor as causas; medirão com o compasso o curso dos céus e anunciarão o nascer dos astros, mas eu, não creio entender algum propósito nisso tudo."Montaigne levanta a taça, o taverneiro despeja mais do denso vinho. Avista a torre onde passara o resto de seus dias e diz:"Nós podemos chegar a ser cultos com conhecimento de outros homens mas nós não podemos ser sábios com sabedoria de outros homens. Eu sei bem do que eu estou fugindo, mas não o que eu estou buscando. Sabe, meu caro amigo, nós imortais, não podemos nos atirar de torres. Não envenenamo-nos, tampouco deixamo-nos enveredar por esses caminhos duvidosos que muitos temem. Estamos longe disso meu amigo. O que o teme sofre, sofre já de seu medo."Virgílio se levanta. Cambaleando parte em direção à torre."Então vamos amigo. Veremos se o que diz é verdade. Subamos..."Depois do último gole Montaigne se levanta. Cambaleando como Virgílio segue o amigo pelos rastros tortuosos. "Espere poeta errante! Vou contigo pois nós mesmos somos a matéria de nossos livros.

"Meu amigo Samuel Peregrino. Escritor ,Músico, Poeta,..etc...etc...

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